Quando a gente ainda era pequena, o fato de sermos gêmeas já chamava atenção. Falavam para a nossa mãe procurar agências de modelo, mas nós nunca fomos aceitas", explicou Yara, ressaltando que o fato das irmãs ajudarem a mãe costureira sempre as manteve perto do universo fashion. Atualmente, as gêmeas trabalham profissionalmente como modelos há cerca de um ano e meio.
Yara conta que a falta de representatividade racial nas revistas retardou a busca daquele que, de tanto os amigos e familiares insistirem, já tinha virado um sonho. "Até as modelos negras da época tinham um padrão bem europeu. Lábios, nariz com traços finos, cabelo liso, e a gente não achava que tínhamos essas características que eram consideradas o padrão na época. Isso fez a gente buscar um caminho profissional mais seguro ", contou.
Para as irmãs, apenas nessa década a bandeira da representatividade negra começou a ser abraçada pelas publicações de moda. Mas as irmãs não desistiram. Durante esse tempo, o interesse de Yacy e Yara pela carreira cresceu, mas o limitado mercado maranhense não permitiria que se desenvolvessem. Compraram, então, uma passagem para São Paulo.
"Orientaram que, enquanto estivéssemos em São Luís, que produzíssemos um material de portfólio. Recebemos um convite de uma fotógrafa maranhense e esse se tornou um ensaio que nós temos muito orgulho. A equipe inteira é maranhense e quando chegamos com esse material para São Paulo, tínhamos um portfólio muito bom", enfatizou Yara.
Depois de superar algumas das barreiras sociais e geográficas, as gêmeas seguem à todo vapor fotografando tanto no mercado fashion quanto comercial. Tabu para uns, experiência para elas. "Não existe idade para sonhar. A gente também veio para quebrar com esses dilemas de juventude eternana moda. Você pode querer mudar de profissão depois dos 30 anos. Muita gente acredita que essa é a idade do sucesso, da estabilidade, mas para nós foi a idade da mudança", conclui Yacy.
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